Você
não tem o direito de entrar e sair da minha vida quando bem
entender, como bem entender. Não tem o direito de brincar de me amar
e depois fingir que não sente mais nada. Você não tem o direito de
me bagunçar desse jeito, de me virar pelo avesso. Não tem o direito
de entrar assim sem bater e ir embora sem avisar. Você não tem o
direito de me machucar desse jeito, de brincar com meus sentimentos,
de brincar com a minha vida.
Você
mesmo me disse milhares de vezes que não daria certo, chegou até
mesmo a dizer que eu deveria fugir. Disse que não era certo, que
você era o cara errado. Por um momento achei que seu problema era
falta de autoestima, afinal, nunca consegui enxergar alguém ruim por
trás desses olhos castanhos. Você sempre me pareceu tão
inofensivo, que senti que deveria continuar, que deveria insistir em
você e assim o fiz. Insisti o quanto pude, tentei te mostrar que
poderíamos ser felizes juntos. Você, por sua vez, duvidou, não
acreditou que eu pudesse te fazer feliz e mais uma vez me mandou
embora. Aquilo partiu meu coração, sabia? Por fim, desisti. Abri
mão do que sentia por você. Estava disposta a nunca mais falar
sobre ou com você.
Por
algumas horas consegui cumprir a promessa, consegui me manter
afastada de você. Mas você, por sua vez, não se manteve afastado
de mim. Me mandou ir embora, eu fui, mas você veio atrás. Me diz,
qual é a sua? Que tipo de jogo doentio é esse? Se soubesse no que
estava me metendo, juro que teria fugido de você no primeiro 'oi'.
Sabe
o que é mais engraçado? É que apesar de tudo, ainda me permito ter
sentimentos por você. São involuntários, eu sei, mas não luto
contra eles. Pelo contrário, posso até me fazer de durona, mas na
primeira oportunidade que tenho me deixo perder nos seus braços em
meio aos seus carinhos e suas falsas promessas. Porque sei que, pelo
menos, nesses raros momentos você é meu, você me pertence por
inteiro. Porque sei que o final é sempre o mesmo. Você me afasta e
eu fico desolada. Fico perdida sem saber o que fazer sem você por
perto. Fico a espera da próxima vez em que irei esbarrar novamente
contigo.
Porque
eu sei, você sabe, eu nunca vou de verdade, você nunca me deixa ir
de verdade. É como se fosse um jogo, você me afasta como se
testasse quanto tempo vou suportar ficar sem te ter. E eu me mantenho
firme, fingindo estar decidida a nunca mais falar com você. Mas no
fundo, bem lá no fundo estamos os dois ansiando para que isso acabe
logo, para podermos ficar juntos novamente.
Ás
vezes, acho que devo ser mais firme. Que devo realmente parar de te
ver de vez, parar de cair nesse seu joguinho idiota de sedução. Tem
vezes que até mesmo consigo ser mais dura, consigo me segurar para
não ir atrás de você para consertarmos as coisas. Mas aí, eis que
você vem. Vem ao meu encontro, sem nem pensar que talvez eu não
queira mais te ver. Chega aqui sem ao menos pedir para entrar,
arregaça a porta do meu coração e bota a pequena barreira, que
criei para te afastar, a baixo. Me enche de promessas e falsas
esperanças de quê nunca mais vai ficar tão longe por tanto tempo,
de quê nunca mais vai embora, de quê nunca mais vai me mandar
embora. E eu acredito. Acredito porque preciso acreditar, porque
quero acreditar. Porque preciso acreditar que ainda podemos ser
felizes juntos. Porque quero acreditar que ainda há esperança para
nós dois. Acredito porque eu te amo. Porque, no fundo, bem lá no
fundo, sempre vou ser sua, mesmo que me recuse a admitir isso em voz
alta. Acredito porque não há mais ninguém com quem eu queira
passar o resto da minha vida, senão com você. Acredito porque você
é o único e nunca vai existir mais ninguém.
E
tudo que eu preciso, é que você também acredite. Que você também
acredite no que eu sinto por você. Que você também acredite que
juntos nós podemos qualquer coisa. Que você acredite que é
especial, que é único. Que você acredite que meu amor nunca
mudará, não importa o que aconteça, não importa o quão difícil
esteja, o quanto a distância e a saudade interfira.
Que texto incrível!
ResponderExcluirNa verdade, passei a ver com clareza que só fazem coma gente, aquilo que permitimos fazerem! Nós podemos simplesmente nos posicionar frente ao Outro, dizer "não", dizer o que realmente pensamos. Mas nos omitimos, nos calamos, na maioria das vezes.
Precismos ser alguém de verdade (no caso, nós mesmo) se quisermos ter alguém de verdade ao nosso lado!
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