segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Mariana vs. França


Atualmente venho acompanhando várias postagens no Facebook e até mesmo em alguns blogs e sites falando sobre patriotismo, sobre a França e Mariana. Inúmeras pessoas criticando outras por colocarem a foto do Facebook com as cores da bandeira francesa, alegando que por sermos brasileiros deveríamos estar dando forças e entrar de luto pela cidade de Minas Gerais.
Concordo plenamente sobre termos que ser patriotas e pensar primeiramente nas pessoas do nosso país, da nossa nação. Mas não é por isso que devemos esquecer o resto do mundo, que também não devemos prestar nossa solidariedade para a França. Isso não é uma questão de patriotismo, e sim de ser humano, de se comover com a dor do outro.
Tanto a França, quanto Minas Gerais estão passando por um momento difícil. Não é hora de ficar disputando em redes sociais, qual acidente foi mais trágico ou que brasileiros devem olhar por Mariana e não por gente que está “do outro lado do oceano”. Temos que olhar e interceder pelas pessoas de Mariana sim, assim como também temos que olhar e nos solidarizarmos pelas pessoas da França.
Na verdade, não devemos olhar apenas para França e para Minas Gerais, temos que olhar para o mundo todo. Estamos vivendo em tempos de crises, não só aqui, mas em todo o mundo. Há crianças passando fome por aí, pessoas sem ter onde morar ou o que comer. Guerras, matanças e tragédias estão acontecendo por todo o mundo. Não só em Mariana, não só na França.
O mundo precisa de paz, o mundo pede por paz. Quantas crianças terão que morrer, quantas famílias terão que perder suas casas, para que esqueçam a luta pelo poder e comecem fazer algo? Há sim, inúmeras pessoas boas espalhadas por aí tentando fazer o bem, trazer um pouco de esperança em meio a todo esse caos. E por pessoas assim que vejo que ainda vale a pena viver, que ainda vale a pena acreditar.
Nossas tragédias não se tratam apenas de um atentado em Paris, tampouco um desabamento em Mariana. Tratam-se dos preconceitos sofridos por inúmeros homossexuais pelo mundo todo, do racismo sofrido pelos negros durante toda sua história. Tratam-se  dos atentados cometidos todos os dias por um governo que ao invés de roubar de seu povo, deveria cuidar de seus cidadãos. Tratam-se das mulheres mortas, de governantes com pensamentos retrógrados e imprudentes.
"Sou francês de Paris, mas também mineiro de Mariana. Sou mulher no Brasil contra Cunha. Sou estudante secundário em São Paulo. Sou preto e favelado. Sou sírio. Sou migrante. Sou cigano. Também sou um dos 43 estudantes do México e petroleiro grevista. Sou uma transexual assassinada e uma mulher morrendo em um clínica de aborto clandestina. Sou homossexual sendo agredido devido a minha condição. Sou curdo, índio, ah, sou tantos e tantas que sangram nesse momento. Uma voz tentando mandar amor. Precisamos de PAZ." – Mayara Assunção.
 Fonte da Citação: ALi3ns

3 comentários:

  1. Eu adorei seu blog com pontos críticos.
    Acho que falta isso hoje em dia. Blogueiras que falam de coisas criticando e ponto.

    Eu acho que é uma enorme besteira essa "briga" que se perceber são entre os próprios brasileiros.
    Para Mariana temos que ajudar com suprimentos, e Paris infelizmente somente com nosso luto.
    Eles já estão voltando com suas vidas, enquanto criamos briga por algo desnecessário.
    Assim como você disse, ninguém enxerga os outros problemas, só aquilo que convém para ser "certo", "patriota ou "filosofo do Face".

    Adorei seu blog e estou seguindo.
    Parabéns viu flor.
    Beijos!
    http://deculturaabeleza.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada pelos elogios, flor!
      Isso mesmo, o grande X da questão, todos deixam de fora. E como você disse, devemos ajudar a todos, mas cada um do modo como podemos, claro.
      Mais uma vez obrigada, e seja bem-vinda ao meu mundinho <3

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