terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Sempre vai ser ele

Nós somos tão parecidos, mas ao mesmo tempo tão diferentes. Gostamos das mesmas músicas, dos mesmos filmes, dos mesmos livros. Mas discordamos em todo o resto. Ele adora café, já eu prefiro chá. Eu adoro açaí, já ele vive reclamando e tentando me convencer de que açaí tem um gosto ruim.

Ele é tão lindo. É lindo por fora, e mais lindo ainda por dentro. Quando ele sorri, é como se nada mais existisse. Eu poderia ficar horas e horas admirando o sorriso dele, reparando em cada detalhe de seu rosto, desde a boca carnuda e vermelha até as covinhas na bochecha, aos olhos escuros por trás do óculos até mesmo o nariz meio largo e o tom claro da pele. Não seria problema algum retratar ele, é como se eu já tivesse decorado cada partezinha do rosto dele. Mas ele não sabe disso, porque toda vez que tento me declarar é como se eu esquecesse todas as palavras do meu vocabulário. É sempre a mesma coisa, ele me diz palavras lindas e eu nunca consigo retribuir. Justo eu, que sempre me dei bem com as palavras, quando se trata dele, eu travo. Essa é mais uma das nossas diferenças. Ele sempre sabe exatamente o que falar, enquanto tudo o que eu consigo dizer é um simples "eu te amo".

Ele tem mania de me mandar um monte de músicas. Quase todo dia tem uma ou duas músicas novas para me fazerem lembrar dele. E eu faço questão de ouvir todas, vou adicionando tudo em uma única playlist, e em noites como essa, quando a saudade bate, dou play e fico ouvindo enquanto me permito sonhar acordada com ele. As vezes, sou eu quem manda as músicas para ele. É engraçado como nossa história consegue se encaixar perfeitamente em tantas músicas assim, em tantos gêneros diferentes assim. Vai desde Henrique e Juliano até Anavitória, de Ed Sheeran até Cazuza. É uma variedade incrível de ritmos, e cada um, do seu jeito, conta um pedaço da nossa história.

Eu tenho tanta sorte por ter ele, sabe? Porque ele não é apenas o meu Grande Talvez, ele é também o meu melhor amigo. É o abraço dele que me aconchega nos momentos difíceis, é a voz dele que me acalma. E é ele, é ele quem consegue me arrancar sorrisos involuntários o tempo todo. É incrível todo esse efeito dele sobre mim. O mais engraçado de tudo, é que eu já havia desistido. Quando pensei que ninguém mais apareceria, ele surgiu. Foi entrando na minha vida como quem não quer nada, e ficou. Até mesmo quando fiz de tudo para que ele fosse embora, ele permaneceu.

Não acredito em destino, nem em contos de fadas. Mas ele me faz querer acreditar. É como se tudo conspirasse a nosso favor, até mesmo nossos desencontros e nossas brigas. E tudo isso, apenas me faz ter mais certeza de que é ele. Sempre vai ser ele.

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