Nós somos tão parecidos, mas ao mesmo tempo tão diferentes. Gostamos das mesmas músicas, dos mesmos filmes, dos mesmos livros. Mas discordamos em todo o resto. Ele adora café, já eu prefiro chá. Eu adoro açaí, já ele vive reclamando e tentando me convencer de que açaí tem um gosto ruim.
Ele é tão lindo. É lindo por fora, e mais lindo ainda por dentro. Quando ele sorri, é como se nada mais existisse. Eu poderia ficar horas e horas admirando o sorriso dele, reparando em cada detalhe de seu rosto, desde a boca carnuda e vermelha até as covinhas na bochecha, aos olhos escuros por trás do óculos até mesmo o nariz meio largo e o tom claro da pele. Não seria problema algum retratar ele, é como se eu já tivesse decorado cada partezinha do rosto dele. Mas ele não sabe disso, porque toda vez que tento me declarar é como se eu esquecesse todas as palavras do meu vocabulário. É sempre a mesma coisa, ele me diz palavras lindas e eu nunca consigo retribuir. Justo eu, que sempre me dei bem com as palavras, quando se trata dele, eu travo. Essa é mais uma das nossas diferenças. Ele sempre sabe exatamente o que falar, enquanto tudo o que eu consigo dizer é um simples "eu te amo".
Ele tem mania de me mandar um monte de músicas. Quase todo dia tem uma ou duas músicas novas para me fazerem lembrar dele. E eu faço questão de ouvir todas, vou adicionando tudo em uma única playlist, e em noites como essa, quando a saudade bate, dou play e fico ouvindo enquanto me permito sonhar acordada com ele. As vezes, sou eu quem manda as músicas para ele. É engraçado como nossa história consegue se encaixar perfeitamente em tantas músicas assim, em tantos gêneros diferentes assim. Vai desde Henrique e Juliano até Anavitória, de Ed Sheeran até Cazuza. É uma variedade incrível de ritmos, e cada um, do seu jeito, conta um pedaço da nossa história.
Eu tenho tanta sorte por ter ele, sabe? Porque ele não é apenas o meu Grande Talvez, ele é também o meu melhor amigo. É o abraço dele que me aconchega nos momentos difíceis, é a voz dele que me acalma. E é ele, é ele quem consegue me arrancar sorrisos involuntários o tempo todo. É incrível todo esse efeito dele sobre mim. O mais engraçado de tudo, é que eu já havia desistido. Quando pensei que ninguém mais apareceria, ele surgiu. Foi entrando na minha vida como quem não quer nada, e ficou. Até mesmo quando fiz de tudo para que ele fosse embora, ele permaneceu.
Não acredito em destino, nem em contos de fadas. Mas ele me faz querer acreditar. É como se tudo conspirasse a nosso favor, até mesmo nossos desencontros e nossas brigas. E tudo isso, apenas me faz ter mais certeza de que é ele. Sempre vai ser ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário