domingo, 10 de abril de 2016

O que me atraí nele

Ele me perguntou o que tanto me atraía nele. Na hora, não soube responder. Poderia dizer que eram seus olhos castanhos, ou seu porte físico. Quem sabe, a sua voz grossa e sensual? Há tantas coisas que seriam respostas perfeitas, que certamente ele aceitaria de bom grado. Mas preferi me calar, em vez de responder qualquer coisa.

Por algum motivo aquela pergunta ficou pairando na minha mente. O que me atraía tanto naquele homem? Percebi então que nunca havia parado para refletir sobre isso. Quando ele estava por perto eu me sentia como hipnotizada pelo seu cheiro, pelo seu toque e bastava um olhar ou uma palavra dele para que eu fosse a delírio. Era como se ele fosse algum tipo de droga, e eu fosse uma depende química.

Mas o que realmente havia com ele, isso eu não sabia responder. Apenas sabia que me sentia atraída por ele, como se fosse um ímã e ele o metal. Todas as vezes que o via minha vontade era de me jogar em seus braços e colar seu corpo e seus lábios nos meus, e, dali nunca mais me soltar, nunca mais o soltar. Era assim que eu queria estar: enroscada em seus braços. Porque era ali o meu lugar, o meu lar. Engraçado, não? O meu lar não era uma casa, era ele. Com ele por perto, não importava onde eu estivesse, bastava sua presença para que me sentisse em casa.

Por muito tempo me senti estranha, me senti deslocada. Eu era uma figura diferente de todos da minha família, apesar de ter nascido e crescido em cidade pequena não me sentia pertencendo a aquele lugar. Cresci com uma ânsia enorme de ir embora, de me jogar no mundo. Nunca fui presa a ninguém, sempre tive espírito livre. Meus romances nunca duraram mais que uma noite, meu coração sempre foi tão livre quanto minha mente e minha alma. Até ele. Até a noite em que ele entrou na minha vida. Naquele exato momento fui ancorada a ele. Naquele exato momento, ele tornou-se o meu porto seguro.

De primeiro foi assustador, não vou negar. Era a primeira vez que sentia aquilo, todas aquelas sensações, aquela vontade de estar sempre junto, era tudo novo. Ele foi paciente, não teve pressa, tampouco me apressou. Ele foi diferente de todos os outros, mostrou-se capaz de me orientar em meio a escuridão e fez com quem eu me sentisse segura. Com ele ao meu lado eu estava a salva de qualquer perigo. Ao mesmo tempo que isso era satisfatório, era também assustador. Nunca dependi tanto assim de alguém, como passei a depender dele. Nunca amei tanto alguém assim.


Não sei dizer ao certo o que realmente me atraí nele. Ele tem um sorriso bonito, na verdade maravilhoso, capaz de tirar o fôlego de qualquer um – lembro de ter sido esse meu primeiro pensamento depois de conhecê-lo. Ele também tem olhos bonitos demais apesar da cor comum. E ah, já falei sobre como seu rosto é incrivelmente calmo e angelical, e de como seu corpo é incrivelmente escultural? Acredito que se anjos realmente existem, tem a mesma aparência e graça que ele. Talvez eu esteja revelando tudo isso pelo simples fato de estar perdidamente apaixonada, talvez ele não seja isso tudo a outros olhos. Mas não importa, porque aos meus olhos ele é assim, completamente perfeito, perfeito para mim. E acho que a resposta para pergunta é: tudo. Tudo nele me atraí, é como se cada partezinha dele chamasse por cada parte minha, é como se eu fosse um quebra-cabeça incompleto e ele a peça que faltasse. Está entendendo? É como se de certo modo sempre tivéssemos nos pertencido.

2 comentários:

  1. Fiquei sem folego e pedindo que a história não acabasse nunca.Talita, você ainda me mata com os seus textos muito bem escritos!


    beijos
    http://jurodemindinho.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. Olá!
    Eu amo seus textos.
    Dá uma sensação gostosa de ler.
    *seu blog sempre muito bem organizado e com conteúdo bacana. Parabéns.
    Beijos.

    www.meumundosecreto.com.br

    ResponderExcluir