Mais
um mês passa. O décimo desde o começo do ano. Despeço-me. Me
preparo para recomeçar. Para recomeçar uma nova história, um novo
mês. Me iludo de esperanças de quê há algo novo. Me encho de
falsas certezas de quê finalmente sairei da minha zona de conforto para enfrentar o mundo, mas no fim nada faço. O final é sempre o mesmo:
continuo aqui, sem rumo, sem saída.
Mais
um mês. Menos um mês. E ainda não sei o que fazer, ainda não sei
para onde ir. Faço planos, refaço-os, corrijo-os, me corrijo. O que
farei? Não sei. Assim como outubro, minhas certezas acabam.
Esgotam-se. Eu me esgoto. O ano está acabando, e o que eu fiz até
agora? Nada. Nada fiz, nada tentei fazer. Prometi que seria diferente
e no fim das contas me deixei vencer. Fui vencida pelo cansaço, pela
vida. Não há o que temer, pensei. Mas havia, tinha muito a temer. Tinha uma vida pela qual eu devia temer.
Mais
um mês. Menos um mês. Mais ou menos? Não sei ao certo dizer. Torço
para que as coisas mudem, para que a vida melhore. Espero conseguir
achar a saída para esse labirinto. Não aguento mais. Talvez esteja
enlouquecendo. Ou vai ver, só estou cansada. É isso. Estou cansada,
estou farta. Não vejo saída para essa vida. Tudo me parece confuso.
Tudo me parece um borrão. Não sei para onde ir, não sei o que
fazer. Sei apenas o que quero. Quero sumir. Quero um novo rumo. Quero
um sentido para tudo. De quê adianta viver, se vou morrer? Quero
respostas. Quero um caminho.
Mais
um mês. Mais um mês de pensamentos confusos, de escolhas erradas e
noite mau dormidas. Insisto em manter a esperança, insisto em
acreditar que novembro será diferente de outubro. Mas no fundo eu
sei, sei que não será. Sei que o tempo não faz mágicas, ele
apenas passa. Quem deveria fazer algo sou eu. Mas o que fazer? Não
faço ideia. Então paro, penso e escrevo. Escrevo com esperança de
conseguir organizar os pensamentos. Escrevo com intuito de conseguir
me achar. Escrevo para tentar achar a saída desse labirinto. Escrevo
porque o papel e o lápis me parecem mais atraentes do que a vida, do
que viver. Escrevo porque preciso por tudo para fora, porque preciso
desabafar.
Menos
um mês. Adeus, outubro. Adeus, dias maus vividos. Adeus, noites mau
dormidas. Adeus, incertezas. Adeus, fracassos. Que novembro me tragam
dias novos, noites quentes. Que eu consiga me renovar, assim como o
mês se renova. Que chova. Que esse calor se acabe. E que junto com
ele acabem-se minhas dúvidas. Que a chuva leve meus medos e me encha
de coragem. Que eu finalmente consiga viver. E que você, meu caro,
cumpra todos os planos que fez. Que nós finalmente, sejamos capazes
de explorar o novo. Que não seja tarde demais para mim. Que não
seja tarde demais para você. Adeus, outubro.
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