sábado, 31 de outubro de 2015

Adeus, Outubro

Mais um mês passa. O décimo desde o começo do ano. Despeço-me. Me preparo para recomeçar. Para recomeçar uma nova história, um novo mês. Me iludo de esperanças de quê há algo novo. Me encho de falsas certezas de quê finalmente sairei da minha zona de conforto para enfrentar o mundo, mas no fim nada faço. O final é sempre o mesmo: continuo aqui, sem rumo, sem saída.
Mais um mês. Menos um mês. E ainda não sei o que fazer, ainda não sei para onde ir. Faço planos, refaço-os, corrijo-os, me corrijo. O que farei? Não sei. Assim como outubro, minhas certezas acabam. Esgotam-se. Eu me esgoto. O ano está acabando, e o que eu fiz até agora? Nada. Nada fiz, nada tentei fazer. Prometi que seria diferente e no fim das contas me deixei vencer. Fui vencida pelo cansaço, pela vida. Não há o que temer, pensei. Mas havia, tinha muito a temer. Tinha uma vida pela qual eu devia temer.
Mais um mês. Menos um mês. Mais ou menos? Não sei ao certo dizer. Torço para que as coisas mudem, para que a vida melhore. Espero conseguir achar a saída para esse labirinto. Não aguento mais. Talvez esteja enlouquecendo. Ou vai ver, só estou cansada. É isso. Estou cansada, estou farta. Não vejo saída para essa vida. Tudo me parece confuso. Tudo me parece um borrão. Não sei para onde ir, não sei o que fazer. Sei apenas o que quero. Quero sumir. Quero um novo rumo. Quero um sentido para tudo. De quê adianta viver, se vou morrer? Quero respostas. Quero um caminho.
Mais um mês. Mais um mês de pensamentos confusos, de escolhas erradas e noite mau dormidas. Insisto em manter a esperança, insisto em acreditar que novembro será diferente de outubro. Mas no fundo eu sei, sei que não será. Sei que o tempo não faz mágicas, ele apenas passa. Quem deveria fazer algo sou eu. Mas o que fazer? Não faço ideia. Então paro, penso e escrevo. Escrevo com esperança de conseguir organizar os pensamentos. Escrevo com intuito de conseguir me achar. Escrevo para tentar achar a saída desse labirinto. Escrevo porque o papel e o lápis me parecem mais atraentes do que a vida, do que viver. Escrevo porque preciso por tudo para fora, porque preciso desabafar.
Menos um mês. Adeus, outubro. Adeus, dias maus vividos. Adeus, noites mau dormidas. Adeus, incertezas. Adeus, fracassos. Que novembro me tragam dias novos, noites quentes. Que eu consiga me renovar, assim como o mês se renova. Que chova. Que esse calor se acabe. E que junto com ele acabem-se minhas dúvidas. Que a chuva leve meus medos e me encha de coragem. Que eu finalmente consiga viver. E que você, meu caro, cumpra todos os planos que fez. Que nós finalmente, sejamos capazes de explorar o novo. Que não seja tarde demais para mim. Que não seja tarde demais para você. Adeus, outubro.

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