sábado, 4 de julho de 2015

Ao garoto dos olhos castanhos


04 de Julho de 2015

Devo admitir, quando te vi chegar pensei que logo você voltaria de onde veio, acreditei fielmente que era algo passageiro. Me apaixonar nunca esteve nos meus planos. Minha vida estava já toda planejada, não havia lugar para você nela. O que eu poderia fazer, senão me reorganizar para que você pudesse entrar? Se te deixasse partir, sei que jamais me perdoaria. Afinal, você já havia se tornado parte de mim. Por mais que você não estivesse nos meus planos inciais, eu seria incapaz de continuar vivendo sem te ter por perto. Apesar de ser medrosa, me dei a chance de tentar ser feliz, ser feliz com você.
Já te contei sobre como o brilho dos seus olhos me faziam sentir como se eu estivesse olhando para um céu estralado? Você com essa marra de menino e esse olhar todo travesso, me fazia sentir vontade de sorrir toda vez que me olhava. Devo confessar, seu abraço também sempre foi o melhor. Não havia lugar melhor para se estar em todo o mundo, senão nos seus braços. Me sentia completa por ter seu corpo enlaçado junto ao meu. Te ter ali ao meu lado era tudo que eu sempre quis – o mais irônico é que se você não tivesse aparecido, eu jamais poderia saber que é isso que eu tanto queria. Passei tanto tempo procurando por algo na minha vida, que jamais poderia imaginar que seria mais fácil do que pensei encontrar. Te encontrei por um acaso e me apaixonei por mera coincidência. Me apaixonei por você, por cada parte sua. Me apaixonei pelos seus grandes olhos castanhos brilhantes, pelo seu sorriso largo que forma duas covinhas, uma em cada bochecha sua, pelo buraquinho que você tem no queixo. Me apaixonei pelo seu cabelo todo bagunçado que sempre insiste em cair na sua testa, pelo seu nariz achatado, pelo formato retangular do seu rosto. Me apaixonei pelos seus ombros largos, pela sua voz rouca, que me faz arrepiar quando sussurra meu nome, pela cicatriz em forma de mapa que você tem na costela esquerda. Me apaixonei pelas suas mãos grandes, pelos seus dedos calejados, por causa do violão que você adora tocar, pelos seus braços grossos com suas veias visíveis. Não há uma parte sua que eu não ame, que eu não deseje. Se antes eu não me via com você ao meu lado, hoje eu sou incapaz de me ver sem você. Ficar sem você é uma dor terrível que vai me matando aos poucos, me tirando a vida, fazendo com que eu perca a graça de viver.
Antes de te encontrar, eu não sabia nem ao menos o significado da palavra felicidade. Nunca me senti assim antes, nunca me senti assim por ninguém. Mas você não entende, não é mesmo? Não entende que eu preciso de você aqui. Não entende o quanto foi difícil para que eu passasse por cima de todos os meus medos e do meu orgulho. Não entende o quanto foi difícil para me acostumar a ser plural. Você não acredita que eu realmente te ame, não é? Olhe nos meus olhos, me encare com esses olhos castanhos e me responda: você acredita em mim? Apenas me responda essa pergunta. Depois disso te deixo partir, deixo que você faça o que quiser, até mesmo sair da minha vida. Agora me responda. Por favor, me responda. Não me torture, apenas diga a verdade. Ou será que pra você é tão fácil assim deixar as coisas inacabadas e seguir em frente? Desculpe, mas para mim não é. Não sei viver pelas metades, não aceito metades, nem meias respostas. Se não for para ser tudo completo, se não for para confiar em mim de olhos fechados - assim como eu confio em você - vá embora. Vai doer, eu sei. Mas é melhor. 

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