terça-feira, 7 de julho de 2015

Acabou


Ele me disse que seria para sempre, prometeu que nunca iria sair do meu lado e eu acreditei. Confiei meu coração á ele, me entreguei de corpo e alma. Eu acreditei, Zé. Acreditei que ele era diferente do resto do mundo. Acreditei que realmente seriamos felizes. Por um momento me vi em um daqueles filmes clichês de romances que eu tanto gostava de assistir quando era mais nova. Fui ingênua demais, não fui, Zé? Como eu poderia desconfiar dele com aqueles olhos e aquele sorriso? Parecia ser real. Na verdade não parecia, era real, mas apenas da minha parte. Não consigo entender. Por que ele fez isso? Qual é a graça de despedaçar o coração de alguém? Eu sempre tive tanto medo de me apegar, sempre tive tanto medo de sofrer. Ele sabia, Zé, ele sabia que se me deixasse iria me quebrar. E mesmo assim o fez, ele me deixou. Ele me quebrou. Estou aos pedaços. Não sei se vou conseguir me recompor, não sei se vou me concertar algum dia. O que eu faço, Zé? Me diz, estou tão perdida. Eu havia feito tantos planos e em nenhum acontecia isso. Estava tudo bem entre a gente, como eu poderia prever? Como eu poderia prever que de uma hora para a outra ele simplesmente fosse se cansar de mim? Como eu poderia prever que teria o coração partido? Ah, como eu queria poder voltar no tempo! Jamais teria aparecido naquela lanchonete aquele dia, jamais o teria conhecido, ele jamais teria feito parte da minha vida. Eu impediria a mim mesma de me apaixonar. Não deixaria que um otário partisse meu coração. Ele não tinha esse direito. Ele não tinha o direito de entrar na minha vida do nada e sair do mesmo jeito. Ele não tinha o direito de brincar comigo, de me usar e jogar fora. Ele sabia sobre todos os meus medos. E fez meu maior medo tornar-se realidade. Está doendo, Zé. Meu coração está doendo, meu corpo todo dói. Não consigo fazer nada, senão chorar e escrever. Escrever sempre me aliviou as dores, mas dessa vez não parece estar fazendo muito efeito. Ainda dói, dói muito e eu sinto que vou explodir de dor a cada segundo que passa. Você conhece algum remédio para isso, Zé? Conhece algum antidoto para o amor? Eu preciso urgente de algo que cure essa minha dor. Minhas amigas me indicaram tequila e vodka para curar isso, mas não importa quão bêbada eu fique, nada muda e a dor só aumenta. Sinto que estou com uma faca cravada no peito, e cada tentativa de tirá-la de mim faz com que ela se afunde mais e rasgue mais o meu coração. 
Como eu queria ser menos intensa, como eu queria sentir menos. Queria poder ser uma vadia, uma daquelas garotas que não ligam para nada e pisam de salto 15 no coração dos outros. Queria sair por ai sem me importar com nada, botar uma minissaia, passar um batom vermelho e sair por ai sem ligar para o que vão pensar ou para as consequências. Queria tomar um verdadeiro porre de vodka, dançar a noite toda, conhecer gente nova e beijar cada dia um estranho novo, quem sabe até mesmo transar. Ah, como eu queria poder ser assim. Não ter sentimentos, ou conseguir fingir que não tenho. Não ligar para o que vão pensar de mim. Apenas viver cada dia como se fosse o último e nunca me apaixonar. Nem que seja uma vez na vida eu gostaria de saber como é ser uma filha da puta que não se importa com ninguém, em como é ser feliz sem depender de ninguém. Pelo menos uma vez eu gostaria de ser a causadora da insônia de alguém, ser o motivo do sorriso de alguém. Estou tão cansada de sentir tanto, Zé. Estou cansada de babacas na minha vida. Não quero nunca mais me apaixonar. Não me diga que ainda estou nova para pensar assim, porque apesar da idade já fui muito magoada. Ele partiu meu coração, você não vê? Não vejo solução, senão simplesmente começar a me virar sem um coração. Não me culpe por isso. Não me culpe por querer me transformar em alguém assim, mas não vejo outra solução. Ou eu machuco ou serei machucada de novo. E juro, Zé. Te juro que nunca mais nenhum outro garoto irá me deixar assim, você nunca mais me verá derramar lágrimas por alguém. Estou trancada, meu coração está trancado. Ninguém mais entra ou sai. Acabou, Zé. Ninguém mais vai brincar comigo e com meus sentimentos.

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